4 de fevereiro de 2018

Frusciante confronta a vida e a arte - Novembro de 1997


Depois de atingir o fundo do rock, ex-Chili Pepper  John Frusciante confronta a vida e a arte - em seus próprios termos: John Frusciante esta sentado sob um arco coberto por rosas, nas montanhas que estão acima de Los Angeles, segurando um pacote de cigarros e um batedor de maconha. Ele está irreconhecível logo de cara. Com o cabelo bagunçado ao estilo Jim Morrison, com um jeito desengonçado e roupas combinadas extravagantemente, ele parece mais com um estudante destraído de filosofía do que com um Rockstar. Já se foi o ilustre esportista de moicano que com 18 anos energizava arenas com o Red Hot Chili Peppers, co-escreveu hits como "Under the Bridge" e "Breaking the Girl", tocando um guitarra despojada no funk rock á sua obra-prima essencial Blood Sugar Sex Magik. Seus Primeiros discos solo, o difícil Niandra Lades de 1994 [American] e o mais obscuro Smile From the Streets You Hold [Birdman, W.Magnolia, Burbank, CA 91506], reflete ainda mais seu molde de pessoa. Composto por riffs acusticos e elétricos de guitarra, gravados em seu quarto num gravador  4-faixas com guitarra base, vocais barulhentos, letras enigmáticas e esboços de arranjos para guitarras, eles são um documento confidencial de um idealístico obsessivo por arte de 27 anos, que saiu de uma das maiores bandas do mundo no seu auge de criatividade, descendo para viver no vício em heroína.


Foram só nas ultimas semanas de 96 que ele finalmente pode chutar o habito de 3 anos que contribuiu com a perda de sua casa em Hollywood Hills e a gradual deteorização do seu corpo; antes desse ano, John substituiu seus dentes por dentaduras em para evitar uma infecção letal. O seu ante-braço direito parece queimado, e sua fala, embora preenchidas com interessantes jogadas de palavras, está arrastada e instável.

Um voraz ouvinte de música, pintor talentoso e devoto de tragédias, como anjos caídos igual Syd Barret, Marc Bolan, Kurt Cobain e Sid Vicious, Frusciante é uma mistura de paixão, auto-didatismo, cultura erudita e naïveté - particularmente quanto a mitologia do rock an roll. Ele constantemente se refere a morte nos termos mais quentes. "A morte é um lugar que eu tenho visto estar futuramente" ele diz, depois de dedilhar um violão da Gibson num quartinho abarrotado de videos, CD's e livros de arte de Van Gogh, Duchamp, Basquiat e Da Vinci. "Eu também posso ser muito feliz nessa vida, mas geralmente a felicidade que eu consigo está  em outras vidas que eu vivi em outras dimensões. Essa vida é dificilmente importante pra mim. É muito pequena comparada com a importância que eu acho que tem a 4ª e a 5ª dimensão. Esses lugares são muito mais reais pra mim, como quando você sonha e parece mais real pra você do que a vida real. Comparado a onde eu vou ir, essa vida parece um sonho que apenas se sente como um sonho."  


O recente lançamento de "Smile", novas seções na produção do estúdio de Jimmy Boyle em L.A., uma fita interessante dos 3 amoebas (seu improvável trio, com Flea e o baterista do Jane's Addiction Stephen Perkins) e sua participação na tourne Nuttstalk com membros do P-Funk e Fishbone, representa pra John as primeiras incursões na terra dos vivos. Mas isso não é uma paz que ele mantém com o que ele chama de realidade. "Eu acho a razão de ele tanto abraçar a morte", diz seu amigo e ex-parceiro de banda, Flea. "É que ele quer seu espírito pra ser livre. Ele realmente não se importa em viver no mundo físico".

Ouvir Smle From The Streets You Hold pode ser enervante. Cru, vulnerável e fluxo para conscientização, é um ode obscuro aos demônios e espíritos que habitam a mente de Frusciante - o som de um extremamente talentoso guitarrista na procura de si mesmo. "A música título foi um momento muito intenso" diz Frusciante calmamente, “porque eu estava numa comunicação verbal com os espíritos enquanto eu estava gravando e eu comecei a chorar no final. Os espíritos te dão idéias para as coisas e isso foi importante pra eles como o que é importante pra mim. Eu sou muito mais embaraçado com a fama. Isso foi o porque de ter sido difícil pra mim estar vivo ao todo".

 John Frusciante nasceu em NY em 1970 de John e Gail Frusciante. John era um pianista treinado pela escola Julliard, mais que se tornou advogado e depois um Juíz. Gail também, foi uma música promissora, uma cantora que se tornou dona de casa, diz seu filho. Porque seu marido excluíu sua possibilidade de uma carreira musical, entretanto ela canta na igreja e fez os Backing vocals em "Under the Bridge". A família morou em Queens, localizados em Tucson, Arizona, e foram para Florida por um ano, durante o tempo que os pais de John se separaram. Indo com sua mãe para Santa Monica, California, John, como um milhão de crianças californianas, se tornou obssessivo por Skate, Aerosmith e Kiss.

Em 1988 Frusciante fez sua primeira Jam com Michael Balzary [Flea], o baixista da sua banda local favorita, o Red Hot Chili Peppers. Frusciante começou a fazer Jams com o ex-baterista do Dead Kennedys, D.H. Peligro, que brevemente substituía Jack Irons nos Peppers e quando Peligro soube sobre a fascinação do jovem guitarrista com a banda, ele convidou John pra fazer uma jam com ele e Flea na casa de Flea na Avenida Fairfax. A fatal overdose em heroina de Hillel Slovak e uma curta colaboração com o ex guitarrista do Funkadelic, Blackbyrd McKnight.


Flea chamou Frusciante de 18 anos com notícias: Ele era o novo guitarrista dos Chilli Peppers. "Lá estavam pegadas de botas com uma subida de cinco pés na parede no meu quarto 4 meses depois da ligação," Frusciante lembra.

"Ele era apenas uma criança quando entrou", diz Flea, "totalmente exuberante sobre tudo. Seu jeito de tocar era incrível. Ele era muito mais técnicamente competente e muito mais conhecedor de teoria do que eu era,com uma guitarra meio fudida ao estilo de Steve Vai. Eu sempre invocava  intuição e emoção para me fazer através disso, e eu acho que esse conceito é algo que ele amarrou rapidamente á realidade."

No Começo Frusciante escreveu com a banda. "Pretty Little Ditty" foi salva da primeira jam entre John e Flea,e o hit "Knock me Down"- uma dedução dos Zeppelins "The Wanton Song" - levaram a banda á escrever por um novo nível de melodias e organização. Pelo disco de enorme sucesso Blood Sugar Sex Magik em 91, Frusciante depositou num intuitivo e técnico guitarrista esperto que tocou Funk como se isso fosse sua segunda natureza. "Mas eu não era um cara que tocava funk antes de entrar na banda",diz Frusciante. "eu aprendi tudo o que eu precisava para saber como soar bem com o Flea por estudar o jeito de tocar do Hillel. e eu apenas tomei lateralmente de lá."

Restava meia-hora antes de uma apresentação no Japão em 1992 quando Frusciante anunciou sua intenção de deixar o grupo. "Ele apenas disse, 'eu não posso fazer isso. eu não posso tocar isso nunca mais", diz Flea. "Ele ainda não queria tocar aquela noite, então nós tivemos que implorar a ele para fazer sua última apresentação". O desafeto com Frusciante vinha acontecendo durante meses. "Em direção ao final você podia dizer que seu jeito de tocar era com raiva da banda. Se a banda tocava algo suave ele começava a tocar mais agressivo e vice versa. Ele fazia só pra ir contra. Ele tava odiando aquilo, tanto quanto eu amava tocar com ele, foi uma grande alívio quando ele saiu."

"Quando eu larguei a banda eu não podia fazer mais nada, me deitava no sofá deprimido e então me tornei um drogado e voltei a vida, e comecei a tocar de novo", Frusciante disse ao New Times L.A. em 96. Antes daquele ano, ele disse que ele chegou perto da morte ,foi um resultado em que o seu corpo chega  ter "12% do sangue que deveria ter, e aquele sangue estava infectado." A casa de John em Hollywood Hills se tornou notável por sua horrível bagunça e paredes cobertas por pixações ("meus olhos doem" e "esfaqueando a dor com a faca da disciplina" estavam entre os epítetos rabiscados)  depois de um incendio acidental e dificuldades de pagamento, John foi posteriormente despejado, vivendo através da sua curta-morada, o hotel que ele ficava o Chateau Marmont e o Mondrian. Devido á prisão de um amigo cujo nome estava no quarto reservado, vários cadernos, abarrotados por poesias, matemáticas, jogos de palavras, desenhos e roteiros de John estão atualmente trancados no Mondrian. Ele quer de volta, mas seu interesse é inferior ao seu trabalho passado do que o que está acontecendo em sua cabeça a qualquer momento.

"Tudo o que ele quer é ser criativo" diz Flea. "Ele não se importa com dinheiro ou higiene pessoal ou qualquer coisa. E ele nunca se importou. se a gente tivesse $10,000,ele dava pro entregador de pizza. ele só se importa com a arte."  Flea, um ex usuário de drogas, ele mesmo diz á Frusciante o que acha sobre os vícios. "John uma vez me disse, eu não tenho problemas com drogas, você que tem problemas comigo usando drogas.'Em retrospecto, eu percebi sim, eu tenho problema com drogas. eu tenho problema com meus amigos morrendo. Isso me faz triste pra caralho. Eu não quero que ele use nenhuma droga, ao todo e eu digo a ele. É tudo que eu posso fazer como alguém que o ama e o respeita."



Tradução: Leo Cassiano
Fonte: Guitar Player - Novembro de 1997

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