8 de agosto de 2016

Yamaha's SG's

Minha Recente História - Julho de 2012

"Passada essa fase, comecei a desenvolver um conceito de uma nova aproximação de tocar guitarra, o que requeria uma prática regular. Nos dois anos anteriores, prática consistia em tocar junto com aquilo ou as gravações de Rave ou Synth Pop, ou o quer que seja. Eu não via um motivo de trabalhar minha sagacidade muscular pois não era preciso no que eu estava fazendo. Eu originalmente estava praticando numa maneira disciplinada porque queria tocar no segundo álbum da minha esposa. Mas achei uma nova aproximação com o instrumento, o que era novíssima para mim, e que vi que tinha muito a crescer. Com meu principal instrumento eletrônico melódico sendo o MC-202 passei um longo período onde meu conhecimento de guitarra me ajudava com minha programação nele. Mas cheguei a um ponto em que o 202 me ajudava como guitarrista, e agora meu conhecimento de guitarra é ajudado pelo meu conhecimento do 202. Eu estava usando os músculos que eu estava desenvolvendo de uma maneira totalmente separada do que eu estava acostumado como músico de rock, parcialmente porque troquei de tipo de guitarra (uma Yamaha SG), mas principalmente porque minhas idéias musicais se juntaram com meu entendimento sobre um instrumento ao pensar que a escolha das notas não é limitada pela posição das mãos. Então nesse período guitarra ficou completamente integrada à minha música. A combinação de ter uma nova aproximação com o instrumento, combinada com todas essas maneiras que eu estava bem familiarizado de processo de sons, resultaram na mesma excitação sobre guitarra que tive com sintetizadores, seqüenciadores e drum machines."
Veja completo, clicando aqui!


Premier Guitar - Março de 2014


Quais guitarras você usou no Enclosure?
Minhas principais guitarras são as Yamaha SG2000. A minha favorita é uma roxa de 1980. Eu tenho algumas outras, e algumas SG1500. Troquei a Strat pelas Yamahas no final de 2010. Só toquei a Strat uma vez nos últimos três anos, e somente em uma pequena gravação.
Yamaha SG2000 - a favorita de John Frusciante.


Por que você trocou?
Uma guitarra faz você tocar de uma determinada maneira. Uma pessoa que estuda tocando Jimi Hendrix tocando com uma Les Paul está em desvantagem, você não vai realmente entender o que ele estava fazendo com as mãos. A forma como os harmônicos do instrumento respondem ao movimento não tem nada em comum com o que você ouve no disco. A [Yamaha] SG é muito parecida com a Les Paul – ela tem um som semelhante e responde às mãos de uma maneira parecida. Foi uma oportunidade para mudar o meu estilo. Eu estava procurando uma maneira de ter uma nova abordagem com a guitarra, e em algum momento eu pensei em não usar palhetas. Mas o problema disso seria que eu não poderia tocar junto com discos, porque apenas dois guitarristas que eu gosto tocam sem palheta.

Quem?
Lindsey Buckingham do Fleetwood Mac e Jeff Beck, que, aparentemente, não usou uma única palheta em 20 anos. Esses caras tem uma ampla gama de sons, mas isso seria impossível para mim, porque eu não pratico tocando em bandas, e sim tocando junto com álbuns. Tenho certeza que esses caras poderiam tocar junto com qualquer um, mas me levaria anos para ser capaz de fazer isso. Então eu comprei uma SG, porque eu sou um grande fã de John McGeoch do Siouxsie and the Banshees e Magazine. Quando eu tocava junto com seus álbuns usando uma Strat, tudo soava muito magro e fraco em comparação ao simples poder de seu estilo de tocar. Aprendendo a SG, eu tive que me ensinar a fazer bends de uma forma totalmente nova e utilizar novos músculos para fazer vibratos. Tudo tinha que mudar. Eu me sentia totalmente incapaz na guitarra – isso reduziu significativamente a minha técnica. Onde eu podia pegar uma Strat e quebrar tudo, eu não podia fazer nada com a SG.

[...]

Você tem uma pedaleira em seu estúdio agora?

Não. Se eu quero mudar o som da guitarra, faço isso com o sintetizador modular. Quando gravo, eu quero tirar o melhor som puro da guitarra que eu puder. Mais tarde, me decido se coloco algum espaço nele, ou se coloco no sintetizador, ou se trato no computador de alguma forma.

Então você está usando algum pedal tradicional?
Ocasionalmente, eu uso um Electro-Harmonix Electric Mistress ou talvez um pedal de chorus. Deixa eu ver... [abre a gaveta]. Eu tenho boas gavetas com todos os meus efeitos nelas, mas raramente uso alguns deles. Com a Strat eu tinha que usar uma distorção, mas com a Yamaha SG eu não preciso de pedal porque o amplificador me dá muita distorção. Com Marshalls e uma Strat, você precisa de um pedal de distorção. Eu uso um chorus ou um flanger se eu quiser um som fino ou algum movimento interessante. Tratar guitarra com o [sintetizador] modular depois de usar chorus também fica um som legal.




Guitar Player - Março de 2014

Enquanto você desenvolvia seu estilo de tocar, como você achou o balanço certo entre honrar suas raízes e tradição, e tocar novas coisas de jeitos diferentes?
Tudo que eu faço tem suas raízes em outras coisas que eu fiz antes, e uma coisa que eu faço especificamente é olhar para estilos musicais do passado para ver onde certas tendências, certas evoluções acabaram por não serem mais moda. Tento pegar onde essas linhas se perderam – quer isso seja algum aspecto de synth-pop, progressive rock ou jazz, qualquer coisa. Tento usar isso como um ponto de partida básico e continuo com a mesma linha de pensamento.

Ao mesmo tempo, estou continuamente tentando perder meus vícios e condições, tanto como compositor quanto como guitarrista. Uma das coisas mais importantes de entrar na música eletrônica foi rever a hierarquia de elementos musicais, onde a bateria foi para o topo no lugar da melodia. Eu nasci com um senso muito forte de melodia, e a melodia sempre foi o principal na maioria das músicas por perto – mas em formas como hip-hop, house e techno você não precisa de melodia para criar música. Então, mesmo quando eu ia começar uma música apenas com bateria, eu conseguia ouvir melodias na minha cabeça, e eu tinha que usá-las. Nos primeiros dois ou três anos fazendo música eletrônica, foi difícil forçar meu senso de melodia para esse quadro composicional. Foi difícil até eu fazer os 10 minutos finais de “Sect In Sgt”, onde senti que eu poderia fazer uma música completa sem precisar de melodia.

É a mesma coisa com minha guitarra. Existem as partes físicas e teóricas de aprender a tocar, mas eu sabia que, uma vez que eu tivesse isso sob meu controle, seria o meu senso natural de melodia que iria aparecer. Todos nós temos nosso próprio jeito de fazer bends em notas, nossos próprios vibratos, etc, e podemos ficar bem confortáveis com essas coisas. Mas eu quis perder meus vícios e condições como um exercício divertido. Muitos músicos tendem a confiar em suas próprias condições, especialmente se querem se encaixar no que é popular e cool – mas eu não tenho motivo para fazer isso.

Trocar a Strat por uma Yamaha SG durante a gravação do PBX foi parte desse processo. Você não pode dar bends do mesmo jeito na SG, ou usar o mesmo tipo de vibrato, ou usar alguns dos seus movimentos de transição. Eu sempre gostei de criar dificuldades e superá-las, e tocar a SG é definitivamente mais difícil do que tocar uma Strat.

Fora desafios, deve haver algo que você goste muito nas Yamahas SG para torná-las suas guitarras principais no álbum.
Eu gosto delas, e tenho seis ou sete. Além de me forçar a tocar diferentemente, ela também me dá muitas percepções sobre como outros guitarristas tocam. Uma coisa que venho fazendo sem parar na minha vida é tocar com CDs, LPs, o que eu tiver. Acho que essa é a melhor forma de educação musical, pois você não está estudando apenas coisas escritas num papel – você está estudando as legendas da interpretação e da expressão, além dos próprios sons. Admito que estamos vivendo a era das gravações, mas isso gera oportunidades incríveis. Você vê isso em artistas como Jimi Hendrix e Beatles. Me lembro de ser um garoto e pensar: “Jimi Hendrix nem sabe como ler música, e ele toca guitarra desse jeito!”. Ou sobre Paul McCartney ser tão mestre em harmonia como ele foi sem saber muito sobre intervalos. Ele desenvolveu aquilo imitando discos.

Com a Yamaha SG, eu posso tocar junto com guitarristas que estavam tocando, digamos, Les Pauls e sinto que o som encaixa com o que estou ouvindo nos discos. Por exemplo, se você aprende os solos de Robert Fripp numa Strat, o som e a sensação não encaixam, e coisas como bends evibratos são completamente diferentes. Você sabe que nunca vai conseguir tocar essas coisas numa Strat. Os tons não encaixam, mas se você tocar uma Strat junto com Adrian Belew ou Jimi Hendrix, encaixam. Então, sempre houveram esses guitarristas que eram um pouco misteriosos para mim e, de repente, se tornou mais fácil incorporar aspectos de seus estilos no meu estilo através da imitação. Gente como Robert Fripp, Mick Ronson, Tony Iommi e, particularmente, John McGeoch, do Siouxsie and the Banshees, que tocava uma Yamaha SG, que foi o motivo de eu ter comprado minha primeira. Foi uma aproximação com a guitarra que eu tinha fechado meus olhos a vida toda por eu sempre ter tocado instrumentos do tipo Strat.

Você acha que tem a ver com o que o tamanho da escala e a sensação do braço faz com os captadores e com o som?
Quando toco junto com CDs, eu nunca ligo minha guitarra. Falo apenas das propriedades acústicas da guitarra em si. A SG é feita de madeira pesada e grossa. Um motivo para a importância de se ter a guitarra certa é que quando eu aprendo como tocar algo, eu pego cada notinha e me certifico se minhas mãos estão se movendo exatamente como as do guitarrista se movem. Por exemplo, outro dia quando acordei, “Star Cycle” do Jeff Beck estava na minha cabeça. Eu já tinha aprendido o solo dessa música em algum momento, então o memorizei rapidamente – mas provavelmente toquei junto com a música mais 30 vezes durante o dia e a noite. No fim da noite, eu estava certo de que eu estava movendo minhas mãos exatamente como ele movia. Estou sempre na casa certa, na corda certa e cada vibrato é na mesma velocidade que o dele, cada bend é o mesmo, etc. Eu consigo fazer isso pela similaridade entre a guitarra que estava tocando – uma guitarra Performance – e a guitarra que ele tocou.

Quando você aprende coisas ouvindo discos, na verdade você está voltando no tempo até o exato momento em que aquilo foi tocado, você tem que refletir sobre aquilo. Você tem que ser um espelho para aquela experiência de momento deles. E também tem que analisar a relação entre as notas que eles escolheram e as notas tocadas pelos outros instrumentos, que provocaram introspecções na linha de pensamento deles, porque o contexto harmônico diz muito sobre isso. Esse tipo de coisa é infinitamente fascinante para mim.

Mas leva-se muito tempo para aprender dessa maneira.
Eu venho fazendo isso consistentemente pelos últimos 30 anos. Na verdade, o único momento da minha vida que gastei mais tempo fazendo música do que propriamente tocando junto com discos foi durante os últimos cinco anos – desde então eu gasto metade do meu tempo fazendo isso.

Geralmente quando as pessoas são rockstars, eles não gastam dez horas por dia tirando coisas de CDs, mas foi assim que vivi enquanto estava em turnê com o Red Hot Chili Peppers e quando estava compondo para álbuns. Isso é o que eu mais gastei tempo fazendo. Assim como estar enraizado na tradição, é daí que vem minha inspiração. Eu não consigo estar vendo TV e decidir fazer música. Eu tenho que me sentar e tocar junto com o Vol. 4 ou algo assim e então me sinto tipo “Ok, estou pronto agora”. Mas o que eu fiz quando fiz isso? Voltei no tempo. Alinhei minha mente e meu espírito ao Black Sabbath.

[...]

Há vários sons fantásticos de guitarra nos seus álbuns mais recentes, inclusive alguns ótimos tons distorcidos. Você conseguiu isso com um amplificador, vários amplificadores, ou pedais?
Essa é outra coisa diferente sobre tocar uma Yamaha SG. Com a Strat, eu não conseguia distorção direto apenas no meu Marshall Jubilee, mas com a SG eu consigo, então acho que não usei nenhum pedal de distorção nesses álbuns. Uma das coisas que fiz muito foi processar os sons da guitarra usando meus sintetizadores modulares. Uma coisa em particular que faço é usar a drum machine Roland TR-606, que é sincronizada ao computador, para mandar pulsos rítmicos para os vários sintetizadores modulares para transformarem o som no tempo da música. Tipicamente gravo essas partes um compasso por vez, então esses efeitos específicos ficam em perfeito alinhamento com a parte da guitarra, ou até a uma nota em particular. Há todas essas opções. No fim, soa como se o modulador estivesse sendo usado pela mente do guitarrista em tempo real.

A Yamaha SG foi a única guitarra que você tocou nos últimos álbuns, ou houve outras?
Toquei uma guitarra Roland GR-300 branca junto com um sintetizador GR-300 em algumas músicas. Por exemplo, em “Cinch” eu combinei isso com as partes da SG no arpeggio do começo, quando a bateria fica rápida. Editei isso calmamente com um violão Carvin de nylon durante o solo de “Breathiac”, então parece ser da mesma linha de pensamento. Também tenho um sintetizador Roland GR-500, que toco em “Scratch”, mas na maioria das vezes troquei para o GR-300, porque entrei numa fase King Crimson dos anos 80. O solo de “Shelf” foi tocado numa Ibanez Artist e o solo de “Same” foi tocado num violão Carvin modelo Allan Holdsworth. Eu também tenho uma guitarra Performance, feita por um cara chamado Kunio Sugai em North Hollywood. Toquei essa num solo de dez minutos numa música chamada “Wayne”, que gravei alguns meses atrás quando um amigo meu morreu. Ela parece uma Strat, e tem um bom sistema de compasso whammy que se mantém no tom muito bem. Depois de três anos tocando a SG na maior parte do tempo, me encontrei tocando guitarra cada vez mais.


Guitar World - Maio de 2014


Quais guitarras que você vem usando ultimamente no seu processo de escrita e gravação?
Estive tocando principalmente Yamahas SG-2000, do final dos anos setenta e início dos anos oitenta. Elas são meu tipo favorito de guitarra. Você pode obter uma grande quantidade de variedade de tons delas, e em termos de madeira, são guitarras muito pesadas, então elas possuem um som muito gordo. Muito mais gordo do que Strats. Eu também tenho algumas SG-1500, e também uma Ibanez Artist e uma Carvin Allan Holdsworth. A Carvin é uma guitarra interessante - é oca por dentro, mas não tem f-holes. Por isso, tem um som diferente. Também tenho uma guitarra Roland G303, que uso com uma guitarra-sintetizador GR300.

Nos Chili Peppers, você estava sempre associado a Strats antigas.

Eu costumava tocar guitarra dos anos sessenta e setenta, mas agora estou mais em guitarras do início dos anos oitenta. Aliás, essa é também a mesma época de quando a maioria dos sequencers e drum machines que eu uso foram feitas. Acho que foi uma época muito boa para instrumentos eletrônicos.

De um ponto de vista de construção de guitarras, o início dos anos oitenta não é um período que normalmente é fetichizado.
Sim, e me parece engraçado, porque essas guitarras são realmente ótimas. Quando comecei a tocar Strats, elas não eram guitarras populares. Naquela época as pessoas estavam tocando guitarras de heavy metal. Minha primeira Strat vintage provavelmente comprei por 800 dólares. Elas não eram muito procuradas. Mas as toquei por muito tempo e me acostumei com aquela coisa característica que as velhas guitarras de captador único possuem. Mas a Yamaha SG, essa guitarra é equilibrada harmonicamente da mesma forma que um piano ou um órgão é. Se for a nota mais baixa ou a mais alta do instrumento, tem um tipo igual de amplitude. E você não tem tanto roundnessno som, onde a nota começa mais fina e, em seguida, fica mais grossa...todo esse tipo de coisa. Você fica com um som direto, gordo, consistente em cada traste de cada corda. É um grande instrumento para mim, especialmente sobre o que eu estava dizendo de pensar como um tecladista quando toco guitarra.

E sobre amplificadores?
Uso principalmente um Marshall [Silver] Jubilee. Tenho a cabeça bem perto de mim no meu estúdio e o gabinete fica numa sala separada. Quando estou gravando, algumas vezes envio o som volta para o estúdio através de alguns alto-falantes e os gravo novamente por um microfone ambiente. Então combino o som ambiente com o som gravado de perto. Vários sons de guitarra no álbum, não são só o som da guitarra no momento em que toquei.


Hello Audience - Novembro de 2015

"No momento, subi dezenove minutos de um grupo de seis músicas gravadas em um gravador de quatro faixas em maio de 2010, sendo a instrumentação composta por três guitarras e uma drum machine. São vários estranhos solos de guitarra anti-rockstar, tocados principalmente em uma guitarra Mosrite Ventures e uma Yamaha SG, acompanhadas por uma Elektron Machinedrum, com exceção de uma música em que eu usei uma Roland TR 707, e outra em que uma 707 foi utilizada, mas não está na mixagem."
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Tradução: Cidimar Lima

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