28 de agosto de 2017

Técnicas: John Frusciante em Inside Of Emptiness - Janeiro de 2005


TÉCNICAS: JOHN FRUSCIANTE EM INSIDE OF EMPTINESS


"Nos anos 60, as gravações tinham alguns sons ótimos que agora estão praticamente perdidos", diz o Pepper John Frusciante, cujo mais recente disco solo, Inside of Emptiness [Record Collection], é o quarto de uma série de aproximadamente seis álbuns que ele planeja lançar nos próximos meses. "E um dos meus objetivos em fazer álbuns solo é trazer de volta algumas dessas técnicas antigas legais de engenharia e produção que as pessoas esqueceram. Por exemplo, o primeiro som de guitarra do álbum é uma Les Paul 1969 em um Vox AC15. No começo, eu estava com amplificador em uma cabine de isolamento, porque, hoje em dia, todo mundo quer um monte de separação entre os instrumentos. Mas quando abrimos a porta de vidro deslizante da cabine, o ambiente imediatamente deu vida para toda a gravação. Você primeiro ouve o som fechado de um Shure SM57, e então você ouve um pequeno delay do amplificador vazando para todos os microfones de bateria. Há todo tipo de (sinal) sangramento sobre esses álbuns antigos, e eu acho que isso é parte do que deu as gravações uma atmosfera tão boa".

Frusciante - e o multi-instrumentista Josh Klinghoffer - fizeram Inside Of Emptiness ao vivo através de um console Neve 8088 para uma mesa analógica Studer A-800, após substituírem o Studer de 24 faixas com uma versão de 16 faixas.

"Dessa forma, você recebe uma fatia maior de fita e um som mais gordo para cada faixa", explica Frusciante. "É por isso que dou risada quando vejo comentários sobre os álbuns dizendo que eles são um 'lo-fi' de 16 faixas. Eu acho que 16 faixas soa melhor do que 24 faixas!"

Outro benefício da redução do número de faixas disponíveis foi o que forçou Frusciante se comprometer com as idéias desde cedo. "Isso faz parte da arte e parte da diversão - descobrir como fazer as coisas dentro dos limites de recursos limitados e um plano de jogo rigoroso", diz ele. "Eu não gosto de jogar fora um milhão de coisas, e então é um inferno durante a mixagem tentando decidir o que fica e o que vai."

Outro aceno para gravação old-school foi de fazer diferentes performances com um microfone simples, como em "I'm Around", onde Frusciante e Klinghoffer tocam simultaneamente através de apenas um amplificador.

"Isto é o que eu chamo de 'guitarras juntas', e é um som totalmente diferente do que você obtém quando a grava duas guitarras em duas faixas separadas, com dois microfone", diz Frusciante. "Eu gosto de álbuns em que todos os instrumentos parecem ser um grande barulho, quando esses "truques" de método fazem seu ouvido captar apenas um som. Havia um outro benefício, também, porque tocar juntos ajudaram Josh e eu a sermos um só em vez de dois caras tocando sua parte no álbum".

- Matt Blackett


Fonte: Guitar Player - Janeiro de 2005

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