3 de novembro de 2017

Dentro da mente confusa do visionário guitarrista do Chili Peppers - Maio de 2006


Certa vez John pois fogo nos braços enquanto
cozinhava cocaína. - Foto: Scarlet Page
O que você lembra sobre seu crescimento?
Eu cresci sendo alguém que só era amado por mim mesmo e praticando guitarra. Eu usava uma máscara na frente das outras pessoas. A pessoa que eu era quando eu tinha 17 anos não era o meu verdadeiro eu.

O que você quer dizer com isso?
Eu geralmente fingia ou simulava uma aparência falsa, quando eu estava em torno das pessoas. Quando entrei no Red Hot Chili Peppers com 17 anos, eu tinha medo que os outros não me aceitassem, porque eu era diferente e incomum. Nos meus primeiros anos na banda eu só estava tentando me encontrar. Eu tinha que descobrir quem eu iria ser, tanto na banda como pessoa. Eu praticamente decidi ser o mais semelhante possível ao resto da banda. Eu era uma máscara na frente de uma máscara.

Você deixou a banda após o lançamento do Blood Sugar Sex Magik, que tipo de pressões você estava sofrendo?
Quando eu estava na banda na primeira vez, eu estava muito confuso e realmente não soube como processar todas as mudanças em minha vida ou as liberdades recém-encontradas que eu tinha. Eu não poderia fazer uso delas em tudo. Eu não sabia como ser bem sucedido.

Durante o período em que você deixou a banda, você estava viciado em heroína. Quanto você ainda pensa naqueles tempos?
Se você é um artista, eu não acho que você já deixou alguma coisa que aconteceu para trás. Tudo isso que já aconteceu comigo culmina em tudo que faço depois.

Este período foi importante para você?
Quando eu tinha todo esse tempo para fazer diabos o que eu quisesse sem ser puxado, pressionado ou tendo qualquer confiança colocada em mim, isso significa que eu podia separar tudo. Tudo ficou muito mais claro pra mim, então eu realmente valorizo esse período de tempo.  

Ainda assim, sair de uma das maiores bandas do mundo para usar drogas, pintar e tocar violão sozinho nem sempre é uma receita para o sucesso.
Concordo, se eu visse um garoto na mesma situação, gostaria de dizer a ele que há outras maneiras de chegar no mesmo fim que eu cheguei. Mas isso não me ocorreu até o momento. Você faz o que faz sentido pra você no momento. Isso acabou fazendo sentido, portanto valorizo esse período. Tudo o que eu descobri durante esse período eu ainda acho tão valioso que, até certo ponto, continuo acreditando.

Você acha que poderia voltar a esses velhos hábitos?
Não sei. Se isso acontecesse seria por falta de atenção. Quando se trata de tomar drogas, eu tenho que realmente me certificar pra não me empolgar, porque acho que isso faz parte da minha natureza - uma parte que eu tenho que resistir.


Quando foi a última vez que você tomou drogas?
Eu não vou falar sobre isso.  

Você está feliz no momento?
Estou me sentindo bem agora. Fazer o disco [o novo álbum 'Stadium Arcadium'] não foi uma experiência feliz - Eu passei por um monte de fases estranhas e tive diversas decepções. A mixagem do álbum foi uma chatice porque não é um processo muito criativo. Mas agora estamos entrando em um período de tempo mais livre. Eu posso meditar e praticar mais agora. Posso caminhar sob a luz do sol agora.  

Texto: Tom Bryant
Tradução: Pedro Felipe

Fonte: Kerrang! - Maio de 2006

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